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QUANDO POSSO COMEÇAR A DAR ÁGUA PARA O MEU BEBÊ?E CHÁ?

A chegada de um bebê é um momento repleto de descobertas e dúvidas, principalmente quando se trata da alimentação e hidratação. Afinal, queremos garantir que nossos pequenos estejam bem cuidados e recebendo tudo o que precisam para crescerem saudáveis.

Uma das perguntas mais comuns entre os pais é: “Quando posso começar a dar água ao meu bebê?” E, logo em seguida, vem outra dúvida: “E chás, são permitidos?” Se você também já se fez essas perguntas, saiba que não está sozinho!

A hidratação é essencial para o bom funcionamento do organismo, mas quando se trata de bebês, a recomendação dos especialistas pode surpreender muitos pais. Neste artigo, vamos esclarecer todas essas dúvidas de forma simples e acolhedora, para que você possa oferecer o melhor cuidado ao seu bebê com segurança e tranquilidade.

Quando o bebê pode começar a beber água?

Se tem uma coisa que sempre ouvimos ao longo da vida, é que beber água faz bem para a saúde. E sim, isso é verdade! Mas quando falamos de bebês, a história é um pouquinho diferente.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), bebês não precisam de água antes dos 6 meses de idade. Isso porque, até essa fase, o leite materno ou a fórmula infantil já fornecem toda a hidratação necessária para o organismo do bebê. O leite materno, em especial, é composto por cerca de 80% de água e contém todos os nutrientes essenciais para o desenvolvimento do pequeno.

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Muitos pais podem se preocupar em dias quentes ou quando percebem o bebê suando, mas é importante lembrar que oferecer água antes do tempo pode, na verdade, atrapalhar a absorção de nutrientes e até sobrecarregar os rins do bebê, que ainda estão em desenvolvimento.

A introdução da água deve acontecer a partir dos 6 meses, junto com a introdução alimentar. Nesse momento, o bebê já começa a experimentar novos alimentos, e a água passa a ser um complemento importante para ajudá-lo a se manter hidratado. Mas calma! Não precisa exagerar. No começo, pequenas quantidades já são suficientes, e o ideal é sempre oferecer aos poucos, sem forçar.

Quais são os riscos de oferecer água antes da hora?

Pode parecer inofensivo dar uns golinhos de água para o bebê antes dos 6 meses, principalmente em dias quentes. Mas acredite: isso pode trazer mais malefícios do que benefícios. O organismo dos bebês ainda está em desenvolvimento e, por isso, introduzir água antes do tempo pode ser prejudicial à saúde. Vamos entender melhor os riscos?

Interferência na absorção de nutrientes

O leite materno e a fórmula infantil já fornecem toda a hidratação e os nutrientes de que o bebê precisa nos primeiros meses de vida. Quando a água é oferecida antes da hora, ela pode ocupar o espaço do leite no estômago do bebê, reduzindo a quantidade de calorias e nutrientes ingeridos. Isso pode afetar o crescimento e desenvolvimento da criança.

Sobrecarga dos rins

Os rins do bebê ainda estão em processo de amadurecimento e não conseguem filtrar grandes quantidades de líquido como os de um adulto. Oferecer água antes do tempo pode sobrecarregar esses órgãos, dificultando a eliminação de substâncias e aumentando o risco de desequilíbrio eletrolítico.

Risco de intoxicação por água

Pouco se fala sobre isso, mas a intoxicação por água é uma condição real e perigosa para os bebês. Quando ingerem grandes quantidades de água, os níveis de sódio no sangue podem cair drasticamente, causando um quadro chamado hiponatremia. Isso pode levar a sintomas como irritabilidade, tremores, sonolência excessiva e, em casos mais graves, convulsões.

Diante desses riscos, fica claro por que os especialistas recomendam esperar até os 6 meses para oferecer água ao bebê. Quando chegar o momento certo, a introdução deve ser feita de forma gradual e sempre com orientação do pediatra.

Agora que já esclarecemos essa questão, que tal falarmos sobre os chás? Será que eles são uma opção segura para os bebês?

E o chá? Quando o bebê pode tomar?

Se a água já exige um momento certo para ser introduzida, o chá merece ainda mais atenção. Muitas famílias têm o costume de oferecer chás para bebês desde cedo, seja para aliviar cólicas, ajudar a dormir ou até como um “remedinho natural”. Mas será que isso é seguro?

A resposta dos especialistas é clara: chás não são recomendados para bebês menores de 6 meses e, em muitos casos, nem mesmo no primeiro ano de vida. Vamos entender o porquê?

Água x Chá: Qual a diferença?

Enquanto a água pura é neutra e essencial para a hidratação, o chá contém substâncias que podem interferir no organismo do bebê. Mesmo as infusões naturais, como camomila ou erva-doce, possuem compostos bioativos que podem afetar a digestão, o sono e até a absorção de nutrientes.

Por que chás não são indicados para bebês?

Nos primeiros meses de vida, o sistema digestivo do bebê ainda está se desenvolvendo. O leite materno ou a fórmula já oferecem todos os nutrientes e a hidratação necessária. O chá pode acabar substituindo uma mamada, reduzindo a ingestão de leite e impactando o ganho de peso do bebê. Além disso, alguns chás podem causar alergias ou irritações gastrointestinais.

Quais os riscos do consumo de chás?

Efeitos colaterais: Alguns chás podem ter ação sedativa, diurética ou laxante, alterando o funcionamento natural do organismo do bebê.

Risco de toxicidade: Certas ervas podem conter substâncias tóxicas para os pequenos, como os alcaloides presentes em algumas plantas.

Interferência na absorção de ferro: Chás como erva-doce e camomila podem prejudicar a absorção do ferro, aumentando o risco de anemia.

Quando o chá pode ser introduzido?

A recomendação geral é esperar pelo menos até 1 ano de idade para oferecer chás ao bebê. Ainda assim, é essencial que isso seja feito com moderação e sempre com orientação do pediatra. Se o bebê tiver cólicas ou dificuldades para dormir, é melhor buscar outras soluções seguras antes de recorrer às infusões.

Lembre-se: o leite materno ou a fórmula são os únicos líquidos que o bebê precisa até os 6 meses. Depois disso, a água se torna a melhor opção para complementar a hidratação.

Agora que falamos sobre água e chás, vamos entender como oferecer água de forma segura para o bebê? 

Como oferecer água ao bebê de forma segura?

Agora que já sabemos quando a água pode ser introduzida na alimentação do bebê, surge outra dúvida comum entre os pais: como oferecer água da forma correta e segura? Afinal, cada detalhe conta para garantir que o bebê receba a quantidade certa de líquidos sem comprometer sua saúde. Vamos às principais orientações!

Qual a quantidade ideal de água conforme a idade?

A partir dos 6 meses, quando o bebê começa a consumir alimentos sólidos, a água pode ser oferecida de forma gradual. No entanto, nessa fase, a hidratação ainda vem, em sua maior parte, do leite materno ou da fórmula. Veja as recomendações gerais:

  • 6 a 12 meses: Cerca de 30 a 50 ml por dia no início, aumentando conforme o bebê aceita.
  • 1 a 3 anos: Entre 600 e 800 ml por dia, sempre observando a sede e necessidade da criança.

Vale lembrar que essas quantidades são apenas uma referência. O mais importante é oferecer água regularmente e observar os sinais do bebê. Se ele estiver bem disposto, urinando normalmente e com a pele saudável, significa que a hidratação está adequada.

Qual a melhor forma de servir?

Esqueça mamadeiras! A melhor forma de oferecer água para o bebê é incentivando o uso de copinhos, pois isso ajuda no desenvolvimento da coordenação motora e evita a confusão de bicos com a amamentação. Algumas opções seguras são:

Copo de transição (com bico rígido ou antivazamento)
Copo aberto pequeno (com ajuda dos pais no início)
Colher pequena (para bebês que ainda estão se adaptando)
Garrafinha infantil (com bico de silicone ou canudo, a partir de 9 meses)

O importante é deixar o bebê explorar e se acostumar com a nova experiência de beber água de forma independente.

Qual a temperatura ideal e o tipo de água recomendada?

A água oferecida ao bebê deve estar sempre em temperatura ambiente ou levemente fresca, mas nunca muito gelada. Além disso, é essencial garantir que a água seja segura para o consumo. Veja as recomendações:

Água filtrada ou fervida: Se a água da torneira não for tratada, deve ser fervida e resfriada antes do consumo.
Água mineral sem gás: Pode ser utilizada, mas sempre observando o rótulo para garantir que seja de baixa concentração de sódio e flúor.
Evite água de poço ou fontes desconhecidas, pois podem conter impurezas e microrganismos prejudiciais à saúde do bebê.

Seguindo essas orientações, seu bebê poderá começar a consumir água de forma segura e saudável, garantindo uma boa hidratação e um desenvolvimento adequado.

Conclusão

Cuidar da hidratação do bebê é um passo essencial para seu crescimento saudável, mas saber o momento certo e a forma segura de introduzir novos líquidos faz toda a diferença.

Garantir que o bebê receba líquidos no tempo certo contribui para um desenvolvimento mais saudável e evita riscos desnecessários. Se restar alguma dúvida, lembre-se de buscar a orientação de um profissional de saúde.

A jornada da alimentação infantil é cheia de descobertas, e cada fase traz novos aprendizados. O mais importante é seguir com carinho, paciência e informação, sempre priorizando o bem-estar do seu bebê!